agora me lembro que há coisas que nunca te disse. não esperes que as vá dizer. o ficar calada protege_me. mas há horas em que não me seguro. e o dizê_las é como encalhar num porto sem abrigo.
daí ser_me mais fácil na palavra.mas nas letras nem tudo o que parece é. o que às vezes parece ser talvez não seja. apesar disso pode ser o que quiseres.
a palavra passa. só o sentir permanece.e é esse estado que alimento.porque é na memória de ser que percorro os dias.e as manhãs. como detesto as manhãs. e os amanhãs. e os depois de amanhã. porque o café é sempre só. e o cigarro desacompanhado.
se possível só saio após. e aí tenho a tarde. igual. só na noite me aconchego. no sossego.
não te quero. porque te quero. e o querer_te torna_se insuportável. que me fazes falta. fazes. quando não estás. e esse sentir cresce. e não é suportável.
por isso não te digo nada.falar de sentidos quando nada faz sentido. que disparate. sem ti não há sentido.
ou há?