6.6.12


terça 5 de junho 8.30 da manhã


ontem arrastei-me até á cama ainda antes do dia terminar. o cansaço era de tal desordem que se abateu em mim como quem toma conta de um corpo que já deixou de o ser há mais de vinte e quarto horas consecutivas sem fechar os olhos. é como que sou eu que não deixo que os olhos se fechem. tenho de conseguir mantê-los abertos porque o tempo escasseia  e é urgente organizar-me. por dentro e por fora.por volta da meia noite consegui finalmente atirar-me para cima da cama e ficar por lá até hoje de manhã. acordei por volta das seis e meia da manhã.. hoje é um dia muito importante para mim. vou começar a minha terapia no hospial de s.josé.não conheço a psiquiatra que me vai acomanhar nesta viagem mas sei que preciso muito da ajuda dela. o tempo de internameno no egas arrasou-me. conseguiu destruir-me as reservas todas que mantinha como defesas desde que entrei pela segunda vez na urgência. mas há terceira é de vez. vou andar por lá até até conseguir fazer a minha fotocópia perfeita do que não penso fazer. tanto na vida como na arte.


tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, a cópia imperfeita do que pensamos em fazer.

in livro do desassossego

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