joga_se pelo prazer de jogar e até perder
30.7.08
eu quero casar contigo amanhã de manhã
joga_se pelo prazer de jogar e até perder
26.7.08
não me digas que não
23.7.08
não dizer. o segredo reside aí. em não se dizer. nunca se diz. e se se disser eu desdigo
19.7.08
perto muito perto tão perto que não te consigo chegar
16.7.08
faltas_me assim mais uma vez na cama enquanto te espalhas pela página
sai_me a vida
Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
esquadros
14.7.08
é tempo. tempo de saber o que o tempo nos faz
é tempo
Who can say where the road goes
Where the day flows?
Only time...
And who can say if your love grows
As your heart chose?
Only time...
Who can say why your heart sighs
As your love flies?
Only time...
And who can say why your heart cries
When your love dies?
Only time...
Who can say when the roads meet
That love might be
In your heart.
And who can say when the day sleeps
If the night keeps all your heart?
Night keeps all your heart...
Who can say if your love grows
As your heart chose?
Only time...
And who can say where the road goes
Where the day flows?
Only time...
Who knows?
Only time...
Who knows?
Only time...
entras_me assim num desvario desnorteando_me os sentidos tão comedidos e tolerados. desassossegas_me na maior da calma que há muito deixei para trás querendo nem saber onde estás ou o que fazes.
enches_me assim o peito de tormentas que há tanto tempo quero apaziguar. pára!
entras_me agora sem sinal de aviso de uma chegada tão por mim desejada sem vista à primeira de partir não se sabe para onde.
escolhes assim o dia sem perguntar.
é tempo. tempo de saber o que o tempo nos faz
10.7.08
se calhar espero um dia que assim venhas devagar
Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
Faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Vem, serenidade,
e faz que não fiquemos doentes,
só de ver que a beleza não nasce dia a dia na terra.
E reúne os pedaços dos espelhos partidos,
e não cedas demais ao vislumbre de vermos
a nossa idade exata
outra vez paralela ao percurso dos pássaros.
E dá asas ao peso da melancolia,
e põe ordem no caos e carne nos espectros,
e ensina aos suicidas a volúpia do baile,
e enfeitiça os dois corpos quando eles se apertarem,
e não apagues nunca o fogo que os consome
o impulso que os coloca, nus e iluminados,
no topo das montanhas, no extremo dos mastros
na chaminé do sangue.
Vem, e compartilha
das mais simples paixões,
do jogo que jogamos sem parceiro,
dos humilhantes nós que a garganta irradia,
da suspeita violenta,
do inesperado abrigo.
Vem, e defende-me
da traição dos encontros,
do engano na presença de Aquele
cuja palavra é silêncio,
cujo corpo é de ar,
cujo amor é demais
absoluto e eterno
para ser meu, que o amo.
Para sempre irreal,
para sempre obscena,
para sempre inocente,
Serenidade, és minha.
será a nossa partida
se calhar espero um dia que assim venhas devagar
6.7.08
com sentido seria contigo. assim.
há um sentido subjacente ao que escrevo
a que nenhuma decifração pode restituir a leitura
não digo que seja secreto
que tenha nascido de um desejo de ocultar o que é visível
depois há uma música que nasce daquilo que para uns
se chama sugestão
e outros interpretam como o sopro divino
nem uma nem outra me interessam
o sentido és tu na perfeição absoluta com que o som e a imagem se juntam
para que nada os separe
esta verdade é minha
e quando te encontro sob o sentido do que digo
todo o poema está explicado